segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CORRIDA AO OPPORTUNITY

A Saga de Dantas!




A Justiça Britânica acolheu pedido do Ministério da Justiça, (lógico, assinado por Tarso Genro), e determinou o bloqueio de 46 milhões de dólares dos fundos de operação do Opportunity na Inglaterra.

Acusação: são provenientes de remessas ilegais para o exterior e o retorno ao País como se fossem recursos estrangeiros, quando na realidade são brasileiros. Simulação adotada por Daniel Dantas para obter isenção de impostos, no Brasil, o que comprova fraude fiscal.

Dele, Dantas, só, não. Dos quotistas também que aceitam o jogo ilícito. O episódio assinala duas coisas.

1 - Tarso Genro, com o pedido de bloqueio e repatriamento dos dólares, rebateu as posições do ministro Gilmar Mendes em favor de Dantas, imobilizando o presidente do STF.

Não existe habeas-corpus possível para bloqueio de contas brasileiras no exterior.

2 - Atingiu duramente Daniel Dantas, provocando mais corrida ao Opportunity. Motivo: quem irá querer manter suas aplicações sob risco de bloqueio constante? O bloqueio da Justiça de Londres é o segundo.

O primeiro foi determinado pelo juiz Fausto de Sanctis, no valor de 345 milhões de reais. Quando e de onde virá o terceiro? Daniel Dantas não resiste a uma corrida cuja tendência é se acelerar. Já sacaram 3,2 bilhões de reais. Não pára mais. É sempre assim. O bolso é extremamente sensível. Vejam o que aconteceu nos EUA.



TRIBUNA ONLINE 29-09-08

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Procuradoria diz que dinheiro bloqueado no Reino Unido é do Opportunity

Folha Online - 3 horas atrás

O Ministério Público Federal confirmou nesta sexta-feira que os US$ 46 milhões bloqueados pela Justiça do Reino Unido são do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, um dos investigados na Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Segundo a Procuradoria, o dinheiro estava em duas contas do grupo Opportunity no Reino Unido e estão relacionadas a operações financeiras suspeitas identificadas pelo serviço de inteligência financeira de Londres.

O dinheiro foi bloqueado a pedido da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, a partir de uma solicitação feita pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, que participou das investigações Satiagraha. O Ministério da Justiça confirmou o bloqueio ontem.

A Operação Satiagraha investiga os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e outros crimes financeiros na gestão de dois fundos offshore do Opportunity, o Opportunity Fund e o Opportunity Unique Fund.

A partir das investigações em andamento, a Procuradoria pretende concluir se houve ou não crime de lavagem de dinheiro.

Deflagrada no dia 8 de julho, a operação resultou na prisão de Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) e de mais 14 pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha.

Dantas, o consultor Hugo Chicaroni e o assessor do banqueiro Humberto Braz foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por tentativa de suborno a um delegado federal para retirar o nome de Dantas do inquérito da PF.

A Justiça Federal em São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público. Dantas, Braz e Chicaroni passaram a responder por corrupção.

Justica SP bloqueia fundo de investimento de Dantas | 500 milhoes

Noticia do Blue Bus - 11/09/08

07:36 A Justiça Federal de Sao Paulo determinou o bloqueio de um fundo de investimento de R$ 535,8 milhoes do banqueiro Daniel Dantas e outras 4 pessoas ligadas a ele, informa reportagem de Lilian Christofoletti publicada esta manha na Folha impressa e disponivel na Folha Online para assinantes do jornal - leia sobre isso aquiBlue Bus

 O bloqueio ocorreu após um alerta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre operaçoes de Dantas consideradas "irregulares no mercado financeiro". Segundo o Ministério Público Federal, a apreensao abre uma nova frente de investigaçao da Operaçao Satiagraha, que apura supostos crimes de gestao fraudulenta e de evasao de divisas atribuídos a Dantas e ao Grupo Opportunity. Blue Bus

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ferman: ‘Sofremos perseguição quase monstruosa’

Dório Ferman, o controlador do banco Opportunity atribui as investigações que rodeiam o grupo a “perseguição.”
Uma “perseguição injustificável, quase monstruosa”, diz ele. Mas, questionado, não consegue apontar nenhuma razão objetiva para o tratamento que considera injusto.
“Pode haver algum outro interesse, que desconheço”, limita-se a declarar. Leia abaixo a conclusão da entrevista de Ferman ao blog:
- Como vem lidando com as investigações?
O que está havendo é perseguição injustificável, quase monstruosa.
- Por que haveria perseguição?
Só posso atribuir a outros interesses.
- Que interesses?
Não sei, sinceramente. Não tenho certeza. Estamos sendo vitimas de arbitrariedades impensáveis no regime democrático. Estamos vivendo uma democracia. Nosso caso, graças a Deus é uma exceção. É algo que não sei como explicar.
- Não acha que a justificativa vem do histórico de passivos que se acumularam em torno de Daniel Dantas?
Não creio. Tem algum interesse aí.
- Mas que interesse?
Alguma luta societária, alguma coisa...
- A grande luta societária girava em torno da Brasil Telecom. Com a concordância de Daniel Dantas de vender a parte dele, a coisa não foi resolvida?
Não sei.
- É certo que o fechamento da venda da BrT para a Oi depende da mudança no Plano de Outorgas do governo. Mas tudo parece encaminhado, não?
Aparentemente sim. Não sei mesmo o que motiva a perseguição. Até gostaria de saber. Afora as questões societárias, havia as questões cíveis. Mas foram todas zeradas, todas acabaram. E isso independe da venda da Brasil Telecom. Então, pode haver algum outro interesse, que desconheço.
- Mas o que o leva a supor que há perseguição deliberada?
Há exageros impensáveis. Cito um caso: minha irmã tinha dinheiro depositado num fundo administrado por nós: R$ 15 milhões herdados da minha mãe, que morreu há dois anos e deixou uma herança para os quatro filhos. Foi essa a origem do dinheiro de minha irmã. Ela ficou apavorada com essa Operação Satiagraha. E pediu o resgate de uma parte, R$ 10 milhões, do que tinha aplicado conosco. O dinheiro foi mandado por ela para o banco Itaú, em Recife, onde ela mora. A interpretação dos investigadores foi de que eu, Dório, estava escondendo recursos na conta de minha irmã. Ora, o dinheiro saiu de um fundo em que ela tinha aplicações, no nome dela, foi para uma conta em nome dela. A despeito disso, decretaram o bloqueio desse valor. Está bloqueado. Soube disso na segunda-feira. É impensável uma coisa dessas.
PS.: Ilustração via sítio do Orlandeli.
Escrito por Josias de Souza às 03h55
11/09/2008

Procuradores vão à OAB contra advogado de Dantas

  Raimundo Pacco/Folha
A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) protocolou na OAB, nesta quinta (11), uma representação disciplinar contra Nélio Machado.
Nélio é advogado de Daniel Dantas, o suspeito-geral da República. A entidade de procuradores pede a abertura de um processo disciplinar contra ele.
Alega-se que Nélio (na foto ao lado de seu cliente)caluniou o procurador Rodrigo de Grandis ao afirmar que ele agiu com má-fé ao requerer o bloqueio R$ 535,8 milhões de um fundo de investimento de Dantas.
Presidente da ANPR, o também procurador Antonio Carlos Bigonha disse que o advogado comportou-se de modo antiético e ilegal.
Acha que Nélio cometeu infração disciplinar prevista no Estatuto da OAB. "A postura do nobre advogado é incompatível com o exercício da advocacia...”
“Pois desconsidera a urbanidade e o mútuo respeito que devem nortear o relacionamento entre magistrados, procuradores e advogados."
Bigonha acrescentou: "O pedido de seqüestro de R$ 535,8 milhões tem base em rastreamento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras...”
É uma “...unidade do Ministério da Fazenda, que detecta movimentações atípicas no sistema bancário."
Pressionando aqui você chega à íntegra da representação da ANPR. Foi protocolada no Conselho Federal da OAB.
Escrito por Josias de Souza às 18h25

Opportunity cogita fechar banco, mantendo fundos

foto/El Pais
 
O banco Opportunity vive uma fase da transição. Acossado pela Satiagraha, decidiu transferir a administração de sua carteira de fundos de investimento para o BNY Mellon Serviços Financeiros, braço do The Bank of New York Mellon Coporporation.
Seis dos cerca de 40 fundos administrados pelo banco já foram repassados ao BNY Mellon. Entre eles o de R$ 535,8 milhões, que foibloqueado pela Justiça na última quarta (10). Os outros seguirão o mesmo caminho.
Concluída a operação, a casa bancária fundada por Daniel Dantas e hoje controlada por Dório Ferman perderá a razão de ser. O blogperguntou a Ferman: O Opportunitty pode fechar? E ele: “Em relação à instituição financeira, é uma hipótese.”
Neste caso, explicou Ferman, sobreviveriam as gestoras de fundos do grupo. São três. Uma controlada por ele e duas por Daniel Dantas. Continuarão ditando a linha dos investimentos submetidos à administração do BNY Mellon.
O movimento tem muito a ver com a Satiagraha. Antes da prisão de Dantas, de Ferman e de outros executivos do grupo, em julho, a carteira de fundos do Opportunity era de cerca de R$ 16 bilhões. Hoje, soma R$ 13,087 bilhões.
Atribui-se um pedaço da diferença à fuga de investidores (R$ 1,834 bilhão). O resto é debitado na conta do movimento de queda na Bolsa de Valores. Vai abaixo a entrevista de Dório Ferman:
- Por que transferiu  o fundo de R$ 535,8 milhões para o BNY Mellon?
Não houve transferência de um fundo do Opportunity para outro fundo. Mudou apenas o administrador, não o gestor. Tudo transparente. Publicamos dois ‘fatos relevantes’ no jornal Valor. Um, no dia 1º de agosto, avisando sobre a conclusão das negociações para a transferência da administração dos fundos do Opportunity para o BNY Mellon DTVM. Outro, em 8 de setembro, informando sobre o início do processo, com a transferência dos primeiros seis fundos.
- O Opportunity Special Fundo, retido pela Justiça, estava entre os seis?
Sim. Esse fundo de ações, o Special, e cinco fundos mais simples. Por que o Special? Ele deve ter uns 20 cotistas. E a gente conseguiu a unanimidade. No caso de fundos com um número maior de cotistas, a gente tem que fazer uma assembléia com dez dias e, depois, esperar mais 30 dias.
- Por que está sendo feita essa transferência de administração?
Insisto: o fundo continua custodiado no mesmo lugar, tem os mesmos cotistas, o mesmo CNPJ e o mesmo gestor. Muda só o administrador –do banco Opportunity para a BNY Mellon DTVM.
- Então por que tirar a administração das mãos do Opportunity?
Já era uma idéia nossa. Antes da Operação Satigraha, em 2004, tivemos nosso escritório invadido numa busca e apreensão da Polícia Federal.
- Refere-se à Operação Chacal?
Exatamente. O computador foi levado. Eles abriram o computador e divulgaram nomes e os saldos de clientes. Vários jornalistas ligaram para clientes nossos. Ficamos sem condições de resguardar a privacidade das pessoas. Nessa situação, passamos a pensar em mudar, ficando apenas como gestores.
- A mudança alcançará todos os fundos do Opportunity?
Sim, todos os fundos hoje administrados pelo Opportunity passarão para o BNY Mellon.
- Completando-se o processo, o que será do Opportunity?
Vamos pensar.
- Vai mudar a natureza do negócio?
Do banco, possivelmente sim. A gente vai pensar.
- Pode fechar?
Em relação à instituição financeira é uma hipótese.  
- De quem é o banco Opportunity?
O banco é meu. Tenho 99,9% do controle.
- E o Daniel Dantas?
O banco opera como administrador de recursos. Não é gestor, só administrador. E temos as gestoras dos fundos. Uma é minha e duas são do Daniel. A maioria dos fundos é de gestoras dele. Mas o banco é apenas meu.
- Fechando-se o banco, ficaria o quê?
As gestoras dos fundos. Operaríamos como todos os demais gestores de fundos do Brasil.
- A carta patente do BC não seria mais necessária, é isso?
Exatamente. Já não somos um banco de fato. Não fazemos empréstimos. Não emitimos CDB. Somos um prestador de serviço de administração de fundos. Mudaria a atividade. Seria uma empresa de investimento. Pode caminhar pra isso. O Icatu, por exemplo, caminhou nessa direção. Mas é só uma hipótese.
- Isso está ocorrendo por conta da Satiagraha?
Eu diria que já era uma hipótese que considerávamos. Nenhuma ‘Asset’ tem banco para prestar serviços só para ela. Voltamos ao tema por conta da exposição e da agressão que estamos sofrendo.
- Quantos fundos de investimentos são geridos pelo Opportunity?
Temos entre 35 e 40 fundos.
- Só seis tiveram a administração transferida para o BNY Mellon. E o resto?
A maioria depende ainda da anuência dos cotistas. E há também dificuldades técnicas. Nós somos muito grandes. Vamos representar um aumento de 20% no total que o BNY administra.
- Quanto dá isso em dinheiro?
Eles administram R$ 62 bilhões e vão somar mais R$ 13 bilhões.
- Então, a carteira do Opportunitty é de R$ 13 bilhões?
Para ser exato, R$ 13,087 bilhões.
- Qual o tamanho da fuga provocada pela Satiagraha?
Perdemos 11,3%. O total resgatado dá R$ 1,834 bilhão. Há uma diferença aí que ocorre porque a Bolsa caiu muito.
- A que atribui a conclusão do COAF de que a transferência do fundo de R$ 535,8 milhões foi uma "atuação irregular no mercado financeiro"?
Na melhor das hipóteses foi uma avaliação equivocada.
- E na pior...
Não sei, não sei.
- Para o COAF, os senhores sumiriam com esse dinheiro.
Não sei porque imaginar uma coisa dessas. Tenho convicção de que vão constatar que a transferência foi regular e que o dinheiro tem origem lícita.
- Está seguro de que a origem não é questionável?
É impossível questionar a origem desse dinheiro. São posições muito antigas. Tudo declarado, tudo certinho.
- Que providências jurídicas o Opportunity tomará para liberar os recursos?
A gente vai tomar providências como pessoas físicas O advogado [Nélio Machado] pediu acesso aos autos e não obteve ainda.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fundos do Opportunity perderam R$ 3,2 bi desde julho


quinta-feira, 11 de setembro de 2008, 17:52 | Online

Informações são do site Fortuna; banco fazia parte de esquema de desvio de recursos públicos e lavagem
Mônica Ciarelli - da Agência Estado
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RIO - Os fundos de investimentos do Opportunity já perderam R$ 3,2 bilhões desde o dia 8 de julho, quando a cúpula do grupo foi presa pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, até 9 de setembro, último informativo disponibilizado pelo Opportunity. A fuga já representa 17,6% dos ativos antes da ação da PF. Os dados são do site Fortuna, com base em informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid).
A pesquisa contabilizou todos os pedidos de resgate feitos pelos clientes no período. As maiores perdas, segundo o Fortuna, foram verificadas nos fundos de curto prazo, o que corresponde a R$ 1,9 bilhão do total que já saiu do Opportunity.
Segundo a PF, o Opportunity fazia parte de esquema de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e uso de informação privilegiada, entre outros crimes. Ao todo, foram expedidos 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão. Entre os presos estiveram o sócio-fundador do grupo, Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta.
As perdas registradas nos últimos meses já superam o patamar de 2004, quando Dantas foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Chacal. Na época, os saques dos fundos da instituição chegaram a atingir entre 15% do patrimônio total nos 90 dias seguintes ao anúncio do indiciamento. A Operação Chacal investigou o esquema de suposta espionagem industrial durante a briga entre o Opportunity e a Telecom Italia pela Brasil Telecom (BrT).
Apesar das saídas terem somado R$ 3,2 bilhões, o patrimônio dos fundos do grupo encolheu ainda mais, R$ 4,9 bilhões, por conta das perdas registradas pela Bolsa de Valores de São Paulo em julho. O fraco desempenho do mercado de capitais afetou a rentabilidade dos ativos do Opportunity, que tem cerca de 60% do patrimônio da gestora de recursos aplicado em fundos de ações.