terça-feira, 28 de abril de 2009

A Société Générale conhecia as acções do corretor que provocou fraude gigantesca

24/4/2009 - Público.pt - Última Hora


Por: Cristina Ferreira


Novo advogado de Kerviel contesta inquérito que incrimina apenas o seu cliente.

Jerôme Kerviel, o corretor que foi responsável por uma fraude que custou à Société Générale quase cinco mil milhões de euros, tem um novo advogado e uma nova estratégia de defesa: a de que o grupo bancário francês sabia necessariamente das acções ilícitas do seu funcionário.

Foi com este argumento que o novo advogado de Kerviel, Olivier Metzner, se apresentou ontem - três dias antes de terminar o prazo para reclamar sobre as conclusões e os procedimentos realizados no quadro do inquérito complementar.

De acordo com os sites internacionais, o advogado do corretor - que durante anos realizou investimentos nos mercados no valor de 50 mil milhões de euros e que geraram o mega-prejuízo - alega que o seu cliente não podia ter cometido o crime de abuso de confiança da SG, confome consta das conclusões da instrução do processo, sem que o banco tivesse conhecimento.

Por isso, Kerviel solicita agora aos magistrados que desencadeiem uma série de actos de inquérito, nomeadamente indicando uma comissão de especialistas nesta matéria, para analisarem e relatarem a cadeia e a natureza das informações ao dispor dos chefes do corretor quando este cometeu as ilicitudes. O advogado quer ainda que seja avaliado o modo de actuação dos diferentes serviços de controlo da SG, já que todas as operações realizadas por Kerviel estavam sustentadas em ordens ficticias e em oficios criados para "camuflar" as operações de mercado.

Os sites internacionais lembram ainda que, com esta nova intervenção, Metzner quer levar o tribunal a alterar as conclusões das investigações judiciais, que consideraram Kerviel o único culpado do crime e que terminaram em Janeiro. As partes têm até dia 26 de Abril para se voltar a pronunciarem.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Bancos legalizam nos EUA a fraude contábil nos balanços

O fim da marcação a mercado nos EUA?



Hora do Povo, 15.4.2009



O órgão federal responsável pelas normas contábeis mudou padrões para permitir que bancos atribuam o valor que queiram a seus papéis podres e possam disfarçar rombos. Com isso, vários bancos zumbis anunciaram “altos lucros” neste primeiro trimestre



Se a febre é muito alta, e não há como baixá-la, que tal quebrar o termômetro? Já que nem o bail out, nem reza brava, andavam impedindo bancos dos EUA de irem, um após outro, à lona, o que sucedeu nos últimos três meses a 23 deles, o órgão federal responsável pelas normas contábeis nos bancos, o “Financial Accounting Standards Board (Fasb), mudou os padrões de contabilidade para permitir que os bancos atribuam o valor que queiram a seus “ativos ilíquidos” – conforme a revista “The Economist” classifica os papéis podres. E, para melhorar ainda mais a maquiagem, também autorizou que possam disfarçar os monumentais rombos através do expediente de esticar sua contabilização por prazos maiores, isto é, diluírem o atual balancete. Com tal prestidigitação, esses bancos podem exibir uma “recuperação” em suas reservas de capital, sem se livrarem do lixo tóxico. Uma beleza. Antes mesmo da nova “norma”, o pra lá de arrombado Citibank já havia anunciado fantasmagórico “lucro”, sendo seguido pelo Wells Fargo/Wachovia, e, agora, pelo Goldman Sachs.



“ENRONOMICS”



Digamos que isso, antigamente, seria conhecido como falsificação de balancete, “enronomics”, mas os bancos arrombados acabam de obter a legalização da fraude contábil. Como os papéis podres em poder dos mastodônticos bancos norte-americanos agora valem 10% - e até menos - do valor de face, foi para o espaço aquela história de que é o “mercado” que “determina tudo” e, no lugar do preço “mark-to-market” (determinado pelo mercado), fabricaram o “mark-to-model” (marcado segundo o “modelo”, isto é, a fantasia que quiserem). A falseta deve integrar o esforço dos banqueiros a favor da re-regulamentação, dentro do espírito “cara, o especulador ganha”, “coroa, o contribuinte perde”. Ironicamente, a revista relatou que “atiraram no mensageiro”, para acrescentar: “regras de contabilidade estão sob ataque”.



Referindo-se ao bail out fase II, sob Thimothy Geithner na Secretaria do Tesouro em substituição a Henry Paulson, a “Economist” descreveu os ativos podres (“legados”) em mãos dos dez maiores bancos dos EUA como US$ 3,6 trilhões no final de 2008, ou cerca de um terço dos ativos deles”. Considerou, ainda, que “a vasta maioria” dos papéis podres ainda não tinha tido baixa contábil por parte desses “dez maiores” bancos e, estimou em 3% - uma diferença minúscula - entre o valor real desses ativos e o de “mercado”. Como se alguém fosse se aventurar a deglutir esse lixo a rodo, para ganhar 3%. De acordo com tal raciocínio, essa diferença de 3%, “que poderia não parecer muito”, implicaria em praticamente dizimar “um - quarto” das reservas de capital desses dez maiores.



Mas vamos aos bons ventos na Goldman Sachs, que segundo o “Washington Post” “registrou fortes lucros” de US$ 1,66 bilhão no primeiro trimestre do ano e que pretende “levantar US$ 5 bilhões” em capital novo, e se livrar dos controles decorrentes do bail out. As receitas no período foram 13% maiores em relação ao ano passado, para US$ 9,43 bilhões. Mas o jornal observou que em dezembro, ainda houve uma perda de US$ 1 bilhão, “enfatizando como a fortuna pode mudar rapidamente”. O motivo alegado pelo responsável financeiro da Goldman, David Viniar, para deixar o bail out foi que o banco “estaria sob menos escrutínio, e menos pressão”. Menos escrutínio, quase certamente, e o bônus agradece, assim como os esforçados executivos e operadores de derivativos. Quanto a “menos pressão”... Como um analista de outra arapuca do ramo, a Barclays inglesa, notou, “caso se olhe a maioria das condições” que levaram ao bail out dos bancos, “tais condições não mudaram”.



ANTONIO PIMENTA

Suíço UBS anuncia prejuízo bilionário e corte de 8.700 empregos

15/04/2009 - 06h11


Genebra, 15 abr (EFE).- O banco suíço UBS perdeu cerca de 2 bilhões de francos suíços (1,3 bilhão de euros) no primeiro trimestre do ano e informou que porá fim a 8.700 postos de trabalho dentro de um ano.

O primeiro resultado trimestral de 2009 mostrou perdas de 3,9 bilhões de francos (2,55 bilhões de euros) em investimentos de risco não líquidos, como diz a empresa em comunicado.

Outras perdas se deveram a provisões por riscos em créditos e a adaptações do valor dos "ativos tóxicos" que o UBS transferiu a um fundo especial criado pelo banco central da Suíça.

O novo diretor-geral, o alemão Oswald Grübel, que deverá ser hoje confirmado pela assembleia de acionistas reunida em Zurique, assegurou em discurso que apesar de o banco se encontrar em um bom caminho, os resultados não serão vistos a médio prazo.

Grübel lembrou que há uma multiplicidade de frentes a serem atacadas, mas se mostrou "confiante" a longo prazo.

Segundo o novo homem forte do UBS, a reestruturação do banco deve assegurar uma poupança de entre 3,5 e 4 bilhões de francos (2,315 e 2,6 bilhões de euro) de agora até o fim de 2010.

terça-feira, 14 de abril de 2009

UBS usou projetos sociais para ajudar evasão fiscal, diz jornal

Banco incentivava milionários, que quisessem manter suas contas não declaradas, a doar parte de recursos
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo

GENEBRA - O UBS teria usado projetos sociais para ajudar milionários de todo o mundo a praticar evasão fiscal. Nesta terça-feira, 14, o jornal suíço Le Temps revelou que o banco incentivava clientes milionários, que quisessem manter suas contas não declaradas, a dar parte de seus recursos a projetos sociais espalhados pelo mundo como forma de contornar as autoridades fiscais. No Brasil, o UBS apoia três projetos sociais: a melhoria de escolas na Bahia, pesquisas contra a doença de Chagas e ainda assistência a crianças prematuras no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal Le Temps, de Genebra, o UBS criou em 1999 a fundação Optimus, que gerenciava uma fortuna de mais de US$ 30 milhões em 2007 para aplicar em projetos sociais. Além disso, contava com recursos de mais de US$ 50 milhões depositados por doadores em um fundo de investimento em Luxemburgo, outro paraíso fiscal. Os dividendos e juros gerados pelo fundo eram destinados aos programas sociais do UBS.

A Optimus, portanto, conseguiu financiar mais de 70 projetos pelo mundo. O futuro da fundação ainda será alvo de um debate, hoje, na assembleia geral da UBS. Uma parte dos fundos que chegava à Optimus viria diretamente de clientes tentando evadir seus fiscos. Segundo o Le Temps, os gerentes do UBS estavam sendo pressionados desde 2001 a vender a ideia de investir na Optimus a seus clientes com remessas não declaradas.

S U Í Ç A - Lavanderia de dinheiro

Artigo de Gilles Lapouge - Paris.

U.B.S - A maior lavanderia de dinheiro do mundo ameaça falir e poderá arrastar consigo, um país inteiro!!!

União de Bancos Suíços, a coisa está muito feia! Está pegando fogo!

Agoniza o segredo bancário suíço.

Artigo de Gilles Lapouge - Paris.

A Suíça tremula. Zurique alarma-se!



Os belos bancos, elegantes, silenciosos de Basiléia e Berna estão ofegantes. Poderia dizer-se que eles estão assistindo na penumbra a uma morte ou estão velando um moribundo. Esse moribundo, que talvez acabe mesmo morrendo, é o segredo bancário suíço. O ataque veio dos Estados Unidos, em acordo com o presidente Obama. O primeiro tiro de advertência foi dado na quarta-feira.



A UBS - União de Bancos Suíços, gigantesca instituição bancária suíça, viu-se obrigada a fornecer os nomes de 250 clientes americanos por ela ajudados para fraudar o fisco. O banco protestou, mas os suíços, então, passaram os nomes. E a vida bancária foi retomada, tranquilamente. Mas, no fim da semana, o ataque foi retomado.



Desta vez os americanos golpearam forte, exigindo que a UBS forneça o nome dos seus 52.000 clientes titulares de contas ilegais!



O banco protestou. A Suíça está temerosa. O partido de extrema-direita, UDC (União Democrática do Centro), que detém um terço das cadeiras no Parlamento Federal, propõe que o segredo bancário seja inscrito e ancorado pela Constituição federal.



Mas, como resistir!??...



A União de Bancos Suíços não pode perder sua licença nos EUA, pois é nesse país que aufere um terço dos seus benefícios.



Um dos pilares da Suíça está sendo sacudido. O segredo bancário suíço não é coisa recente.



Esse dogma foi proclamado por uma lei de 1934, embora já existisse desde 1714. No início do século 19, o escritor francês Chateaubriand escreveu que neutros nas grandes revoluções nos Estados que os rodeavam, os suíços enriqueceram à custa da desgraça alheia e fundaram os bancos em cima das calamidades humanas. Acabar com o segredo bancário será uma catástrofe econômica.



Para Hans Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, uma falência da União de Bancos Suíços custaria 300 bilhões de francos suíços ou 201 milhões de dólares.



E não se trata apenas do UBS. Toda a rede bancária do país funciona da mesma maneira. O historiador suíço Jean Ziegler, que há mais de 30 anos denuncia a imoralidade helvética, estima que os banqueiros do país, amparados no segredo bancário, fazem frutificar três trilhões de dólares de fortunas privadas estrangeiras, sendo que os ativos estrangeiros chamados institucionais, como os fundos de pensão, são nitidamente minoritários. Ziegler acrescenta ainda que se calcula em 27% a parte da Suíça no conjunto dos mercados financeiros "offshore" do mundo, bem à frente de Luxemburgo, Caribe ou o extremo Oriente.



Na Suíça, um pequeno país de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas trabalham em bancos. O manejo do dinheiro na Suíça, diz Ziegler, reveste-se de um caráter sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o dinheiro, são todos actos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e realizam-se em silêncio e recolhimento...



Onde param as fortunas recolhidas pela Alemanha Nazi? Onde estão as fortunas colossais de ditadores como Mobutu do Zaire, Eduardo dos Santos de Angola, dos Barões da droga Colombiana, Papa-Doc do Haiti, de Mugabe, do Zimbabwe e da Mafia Russa?



Quantos atuais e ex-governantes, presidentes, ministros, reis e outros instalados no poder, até em cargos mais discretos como Presidentes de Municípios têm chorudas contas na Suíça?



Quantas ficam eternamente esquecidas na Suíça, congeladas, e quando os titulares das contas morrem ou caem da cadeira do poder, estas tornam-se impossíveis de alcançar pelos legítimos herdeiros ou pelos países que indevidamente espoliaram?



Porque após a morte de Mobutu, os seus filhos nunca conseguiram entrar na Suíça? Tudo lá ficou para sempre e em segredo...



A agora surge um outro perigo, depois do duro golpe dos americanos.



Na mini-cúpula européia que se realizou em Berlim, em preparação ao encontro do G-20 em Londres, França, Alemanha e Inglaterra (o que foi inesperado) chegaram a um acordo no sentido de sancionar os paraísos fiscais.



"Precisamos de uma lista daqueles que recusam a cooperação internacional", vociferou a chanceler Angela Merkel.



No domingo, o encarregado do departamento do Tesouro britânico, Alistair Darling, apelou aos suíços para se ajustarem às leis fiscais e bancárias europeias. Vale observar, contudo, que a Suíça não foi convidada para participar do G-20 de Londres, quando serão debatidas as sanções a serem adotadas contra os paraísos fiscais.



Há muito tempo se deseja o fim do segredo bancário. Mas até agora, em razão da prosperidade econômica mundial, todas as tentativas eram abortadas.



Hoje, estamos em crise. Viva a crise!!!



Barack Obama, quando era senador, denunciou com perseverança a imoralidade desses remansos de paz para o dinheiro corrompido. Hoje ele é presidente. É preciso acrescentar que os Estados Unidos têm muitos defeitos, mas a fraude fiscal sempre foi considerada um dos crimes mais graves no país.



Nos anos 30, os americanos conseguiram laçar Al Capone.

Sob que pretexto? Fraude fiscal.



Para muito breve, a queda do império financeiro suíço!

FIM

quinta-feira, 9 de abril de 2009

PF apreende documentos em 8 endereços do Opportunity

Quinta-Feira, 09 de Abril de 2009



Blitz em busca de contratos de mútuo alcançou até o departamento jurídico do banco

Fausto Macedo

Em busca de contratos de mútuo, que a Lei do Colarinho-Branco veda expressamente entre empresas de um mesmo grupo, a Polícia Federal vasculhou ontem oito endereços do Opportunity, controlado pelo banqueiro Daniel Dantas.

O foco principal da operação foi a sede do banco no Rio. A operação, ordenada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, é desdobramento da Satiagraha - inquérito contra Dantas por suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crimes financeiros.

A blitz alcançou até o departamento jurídico da corporação, o que provocou protestos da classe dos advogados. Diante da resistência dos bacharéis, que invocavam o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil para manter seu espaço a salvo da ação, a PF solicitou a De Sanctis mandado específico para inspecionar as salas do setor jurídico. O magistrado acolheu o pedido sob argumento de que um dos alvos da Satiagraha se chama Daniele Silbergleid.

Diretora jurídica do Opportunity, Daniele é formalmente citada no inquérito: "Figura da real importância do grupo, travestida de diretora jurídica, atua na ponta com operadores do grupo, está ligada diretamente ao líder da organização criminosa, Daniel Dantas, fornecendo não só conselhos na área jurídica, repassados por outros escritórios de advocacia contratados."

JURÍDICO

Amparado nessa suspeita, levantada pelo delegado Protógenes Queiroz, mentor da Satiagraha, o juiz federal justificou a busca no jurídico do Opportunity. Segundo De Sanctis, o estatuto da OAB "permite a violabilidade de escritórios de advogados quando seus clientes investigados supostamente participarem como autores, coautores ou partícipes de crimes".

Foi a segunda vez, em duas semanas, que o magistrado ordenou buscas nesse tipo de recinto. Na manhã de 25 de março, a Operação Castelo de Areia apreendeu documentos no departamento jurídico da empreiteira Camargo Corrêa.

A direção do Opportunity repudiou com veemência a maior ofensiva policial contra suas instalações desde que Satiagraha foi deflagrada, na manhã de 8 de julho - quando Dantas e todos os seus auxiliares diretos foram conduzidos à prisão -, da qual o banqueiro se livrou por ordem do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal.

O inquérito entrou em sua etapa final. O procurador da República Rodrigo de Grandis informou que "já tem elementos suficientes" para oferecer denúncia penal contra Dantas e dirigentes do Opportunity. A PF estima que em 30 dias, no máximo, encerra a investigação sobre o Opportunity Fund, por meio do qual Dantas teria promovido remessas ilegais para paraísos fiscais.

Segundo a Polícia Federal, a apreensão tornou-se necessária após surgimento de indícios de que transferências de recursos entre empresas do grupo, mediante contratos de mútuo e Adiantamentos de Futuro Aumento de Capital, poderiam estar relacionadas a crimes.

A busca mirava livros contábeis e contratos que teriam sido firmados por empresas financeiras e não-financeiras do grupo. Tal expediente, diz a PF, é adotado comumente por instituições para girar recursos em grande volume ou ocultar valores de origem ilícita. Para camuflar esse tipo de operação, companhias com ligações societárias valem-se do "biombo", pessoas jurídicas que servem de laranjas para captar e repassar dinheiro.

O artigo 17 da Lei 7.492/86 (Lei do Colarinho-Branco) pune com até seis anos de reclusão o dirigente que "tomar ou receber, direta ou indiretamente, empréstimo ou adiantamento ou deferi-lo a controlador, a administrador, a membro de conselho estatutário ou a sociedade cujo controle seja por ele exercido".

A PF recolheu documentos fiscais de registro obrigatório da contabilidade. Os livros haviam sido solicitados ao Opportunity, que teria se negado a apresentá-los sob alegação de que a Polícia Federal já os possuía em meio eletrônico. A PF esclareceu que havia obtido apenas parte das informações. Dois diretores do banco, Eduardo Penido Monteiro e Norberto Aguiar Tomaz, teriam respondido que a Polícia Federal já havia levado todos os documentos, no início do inquérito. Observaram que o Opportunity não é obrigado a fazer prova contra a própria instituição. "(A resistência) motivou o pedido de busca", disse o procurador Rodrigo de Grandis. "(A ação) visa a contratos de mútuo, sem prejuízo de outros eventuais crimes financeiros."

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Justiça confisca US$ 10,8 milhões em bens de Madoff por fraude bilionária

01/04/2009 - 21h37

da Folha Online

Várias autoridades da polícia judicial americana (US Marshals) apreenderam bens e uma propriedade do investidor e ex-presidente da Bolsa Nasdaq Bernard Madoff, acusado de montar um esquema fraudulento que causou um prejuízo de mais de US$ 50 bilhões a milhares de investidores, na maior fraude na história de Wall Street.

Um levantamento realizado pela agência de notícias Associated Press mostra que o valor das apreensões pode chegar a cerca de US$ 10,8 milhões. "Isso não é uma piada de 1º de Abril", afirmou Barry Golden, porta-voz da polícia judicial após as ações.

Hans Deryk /Reuters

Estimado em US$ 1,5 milhão, iate de Madoff estava em marina perto de Miami (EUA)
Um dos bens confiscados é um iate de luxo avaliado em mais de US$ 1,5 milhão que estava ancorado em uma marina de Davie, ao norte de Miami, no Estado da Flórida. Em Palm Beach, no mesmo Estado, os federais fecharam uma mansão de cerca de 2,66 mil metros quadrados avaliada em US$ 9,3 milhões.

A casa, que estava em nome da esposa de Madoff, Ruth, teve fechaduras de portas e janelas trocadas. Segundo a US Marshals, a casa estava vazia no momento da chegada da polícia.

Golden afirmou que passou cerca de três horas filmando e fotografando o interior do local para futura avaliação dos itens guardados lá. "Nada do que foi apreendido pela polícia continua sendo de propriedade de Madoff", afirmou o porta-voz. "Agora é dever do Estado 'monitorar e manter' os bens."

Madoff, 70, é protagonista de uma das maiores fraudes já descobertas e espera na prisão receber uma sentença, em junho, após se declarar culpado de 11 acusações relacionadas a uma fraude multimilionária que afetou milhares de investidores.

Filhos do réu

Louis Lanzano/AP

Madoff declarou à Justiça que é responsável por fraude que causou prejuízo de US$ 50 bi
Nesta quarta-feira, o juiz Arthur Hiller, do Estado de Connecticut (nordeste dos Estados Unidos), ordenou o congelamento dos ativos dos filhos de Madoff para evitar que eles vendam as propriedades que têm numa localidade desse Estado.

O site do jornal 'Connecticut Post' informou que a cidade de Fairfield e seu Comitê Previdenciário recorreram à Suprema Corte de Bridgeport para tentar minimizar o prejuízo bilionário que Madoff e sua família causaram ao enganar vários habitantes do lugar.

Aparentemente, o Comitê Previdenciário de Fairfield investiu US$ 22 milhões nos negócios de Madoff por meio de vários grupos de investimento. Tempos depois, o grupo foi informado que a soma aplicada havia rendido até atingir US$ 42 milhões.

Além de Andrew e Mark Madoff, terão seus bens congelados Walter Noel, fundador da Fairfield Greenwich Group, e o genro deste último e diretor do grupo, Andrés Piedrahíta, assim como outros três gerentes de fundos.