Dório Ferman, o controlador do banco Opportunity atribui as investigações que rodeiam o grupo a “perseguição.”
Uma “perseguição injustificável, quase monstruosa”, diz ele. Mas, questionado, não consegue apontar nenhuma razão objetiva para o tratamento que considera injusto.
“Pode haver algum outro interesse, que desconheço”, limita-se a declarar. Leia abaixo a conclusão da entrevista de Ferman ao blog:
- Como vem lidando com as investigações?
O que está havendo é perseguição injustificável, quase monstruosa.
- Por que haveria perseguição?
Só posso atribuir a outros interesses.
- Que interesses?
Não sei, sinceramente. Não tenho certeza. Estamos sendo vitimas de arbitrariedades impensáveis no regime democrático. Estamos vivendo uma democracia. Nosso caso, graças a Deus é uma exceção. É algo que não sei como explicar.
- Não acha que a justificativa vem do histórico de passivos que se acumularam em torno de Daniel Dantas?
Não creio. Tem algum interesse aí.
- Mas que interesse?
Alguma luta societária, alguma coisa...
- A grande luta societária girava em torno da Brasil Telecom. Com a concordância de Daniel Dantas de vender a parte dele, a coisa não foi resolvida?
Não sei.
- É certo que o fechamento da venda da BrT para a Oi depende da mudança no Plano de Outorgas do governo. Mas tudo parece encaminhado, não?
Aparentemente sim. Não sei mesmo o que motiva a perseguição. Até gostaria de saber. Afora as questões societárias, havia as questões cíveis. Mas foram todas zeradas, todas acabaram. E isso independe da venda da Brasil Telecom. Então, pode haver algum outro interesse, que desconheço.
- Mas o que o leva a supor que há perseguição deliberada?
Há exageros impensáveis. Cito um caso: minha irmã tinha dinheiro depositado num fundo administrado por nós: R$ 15 milhões herdados da minha mãe, que morreu há dois anos e deixou uma herança para os quatro filhos. Foi essa a origem do dinheiro de minha irmã. Ela ficou apavorada com essa Operação Satiagraha. E pediu o resgate de uma parte, R$ 10 milhões, do que tinha aplicado conosco. O dinheiro foi mandado por ela para o banco Itaú, em Recife, onde ela mora. A interpretação dos investigadores foi de que eu, Dório, estava escondendo recursos na conta de minha irmã. Ora, o dinheiro saiu de um fundo em que ela tinha aplicações, no nome dela, foi para uma conta em nome dela. A despeito disso, decretaram o bloqueio desse valor. Está bloqueado. Soube disso na segunda-feira. É impensável uma coisa dessas.
PS.: Ilustração via sítio do Orlandeli.