domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dantas já desviou quase US$ 16 bi, diz Protógenes

Terra Magazine - Operação Satiagraha - Exclusivo
Quinta, 29 de janeiro de 2009, 10h29 Atualizada às 10h34



Dantas já desviou quase US$ 16 bi, diz Protógenes

Marcela Rocha
Especial para Terra Magazine

Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, o delegado que comandou a operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, conta que a investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas apontou indícios de que foram desviados cerca de US$ 16 bilhões do Brasil para paraísos fiscais no exterior. O dinheiro, segundo Protógenes, é "originário dos cofres públicos e corrupção".

Veja também:
» Satiagraha: governo bloqueia US$ 2 bi enviados ao exterior
» Opine aqui sobre a operação Satiagraha da Polícia Federal
» De Grandis: Bloqueio derruba tese de Dantas

Na última quinta-feira, 22, foram bloqueados US$ 2 bilhões que haviam sido enviados ao exterior pelo grupo Opportunity. A paralisação da movimentação dos ativos suspeitos é a maior da história do Brasil.

O delegado da Polícia Federal revela:

- O valor que conseguimos identificar, (os US$ 2 bilhões apreendidos) representaria em torno de 20% das operações do Opportunity no exterior.

Protógenes explica que se trata de um dinheiro sem registros, sem declarações no imposto de renda, sem origem provada e sem justificativas às autoridades brasileiras sobre o porquê da remessa ao exterior. Prossegue: "Ou seja, valores suspeitos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Tem muitos brasileiros envolvidos".

Responsável também pela prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, Queiroz está de licença médica após ter sido vítima de "um atentado", segundo suas próprias palavras.

No incidente, houve uma explosão no painel do carro que esguichou água fervente e ácida sobre seu corpo. Ele acredita ter sofrido o atentado por sofrer vigilâncias, pressões e ameaças durante e depois da operação Satiagraha.

- Já existem duas investigações iniciadas, uma em Brasília (sobre a legitimidade das interceptações telef�?nicas feitas durante a operação Satiagraha) e a outra em São Paulo (sobre vazamento de informação sigilosa sobre a operação). Ambas estão sob a responsabilidade do Ministério Público Federal. Até agora não se chegou a nenhuma conclusão, até porque os dados estão sendo tratados em sigilo.

Terra Magazine publica abaixo a primeira parte da entrevista com o delegado Protógenes Queiroz. A segunda parte será publicada às 14h00 horas desta quinta-feira, 29.

Terra Magazine - Poderia esclarecer o atentado que diz ter sofrido?
Protógenes Queiroz - Fui ao Rio de Janeiro cumprir uma agenda familiar. Me dirigi ao carro que eu sempre uso no Rio, ele fica na rua. Vezes eu o uso, vezes não, por medida de segurança. Esse carro estava parado desde dezembro em frente ao prédio onde mora meu filho. Entrei. Dei uma volta no quarteirão e "bum". Uma explosão no painel do carro. De maneira injustificada. O carro enfumaçou inteiro, parecia que estava pegando fogo. Enquanto isto, saíram dois esguichos de água fervente e ácida sobre o meu corpo. Sorte que eu estava de calça jeans e sapato. Poderia ter sido pior, caso eu estivesse em alta velocidade. Poderia, na verdade, ter sido fatal. Sorte que eu estava a 40 km/h. Parei o carro imediatamente e saí. Fui socorrido por populares e peguei um taxi para me dirigir a um hospital de emergência. No meio do caminho, decidi ir a um médico de confiança minha para que, se fosse uma lesão mais grave, ser encaminhado a um hospital próprio para o caso. Foi grave. Queimadura de segundo grau profundo. Por isto é que vim me tratar no Hospital das Clínicas em São Paulo, onde tem mais recursos, no setor de Queimados e Cirurgia Plástica. Fiz uma pequena cirurgia para tirar a pele. Quanto à razão, não dá para afirmar que foi somente acidente, porque existem fatos anteriores que me autorizam a pensar em sabotagem provocada por terceiros. Isto já é considerado por quem cuida do caso e estamos tomando as devidas providências.

O que te leva a pensar que foi um atentado e não um acidente?
Vigilâncias, pressões e ameaças durante e depois da operação Satiagraha. Coisas não explicadas até agora. Mas já existem duas investigações iniciadas, uma em Brasília e a outra em São Paulo, ambas sob a responsabilidade do Ministério Público Federal. Até agora não se chegou a nenhuma conclusão, até porque os dados estão sendo tratados em sigilo.

É verdade que se negou a receber auxílio da Polícia Federal?
Surgiu uma história que me leva a crer que realmente existe algo obscuro no acidente. Logo depois de noticiado o meu acidente, publicou-se uma notícia mentirosa, de grupos interessados, dizendo que eu tinha me recusado a ir à Polícia Civil do Rio de Janeiro, negado auxílio da PF e que o carro tinha sido alvejado por um disparo de arma de fogo no radiador. Inventaram também que um carro da Polícia Civil tinha parado lá... Isso tudo é falácia. Mentira. Foi lançado na mídia pelos mesmos grupos que ainda me acompanham, seguem, vigiam. Fui socorrido por populares, como te disse. O carro? Guardado em local seguro para uma avaliação.

Acredita que o bloqueio de recursos do Opportunity tenha quebrado a tese de Daniel Dantas de que as investigações passaram a ser perseguições pessoais?
Agora, as investigações contra o grupo Opportunity e contra o banqueiro bandido Daniel Dantas existem em quatro países. Em ordem cronológica, os bloqueios se deram no Brasil, que bloqueou em setembro, por decisão do Fausto De Sanctis, quase meio bilhão de dólares, Inglaterra (US$45 milhões), Suíça e Estados Unidos. Ou seja, já foram bloqueados quase US$ 3 bilhões. Durante as investigações, tínhamos indícios de que Dantas desviou do Brasil para paraísos fiscais uma quantia aproximada de US$ 16 bilhões. E, como sabemos, dinheiro originário dos cofres públicos e corrupção, isto desde as privatizações. Então, este bloqueio não é nenhuma surpresa porque eram valores já identificados pela operação Satiagraha. Isto mostra que tudo o que coletamos durante as investigações s� �o dados que provam o indício de ilícito e fraude no mercado financeiro. Não só no Brasil, mas com reflexos em outros países. Agora que estes localizaram o dinheiro brasileiro, bloquearam.

Como surgiu o bloqueio?
O bloqueio nasce com dados levantados aqui no Brasil. Identificamos as contas no exterior mantidas pelo grupo Opportunity. Com isto, enviamos os dados aos países com registros de que tenham recepcionado ou mantenham em seus depósitos valores suspeitos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A partir daí, o país vai avaliar a proveniência do dinheiro e, caso não seja justificada a origem, pedem mais informações para verificar possíveis semelhanças de valores. Para pedir o bloqueio e o repatriamento do dinheiro. Mas é preciso lembrar que estes são valores identificados na primeira fase da investigação. Ainda não chegamos aos valores da segunda fase, ainda em andamento. Acredito que o nome dos investidores fraudulentos e os responsáveis pela remessa de dinheiro suspeito sem origem serão descobertos a partir da quebra de sigilo dos HDs que foram apreendidos.

O dinheiro apreendido representa quantos por cento das operações do Opportunity no exterior?
O valor que conseguimos identificar representaria em torno de 20% das operações do Opportunity no exterior.

O que implica essa diferença entre os valores apresentados pelo Ministério da Justiça e Ministério Público Federal?
Pode ter ocorrido o mesmo que no caso Maluf, o desencontro pode estar na remessa dos documentos enviados. Não se trata de uma diferença de valores. Houve o anúncio de bloqueio pelo Ministério e Secretaria Nacional de Justiça e também houve uma manifestação do Ministério Público Federal divergindo dos valores bloqueados. Mas o que importa é que existem US$ 2 bilhões bloqueados à disposição do Brasil para o repatriamento. O desencontro de informações não interessa.

O que quer dizer que "não tem origem provada"? Que todo mundo que está ali vai perder o que tem se não provar a origem?
Um dinheiro sem registros, sem declarações no imposto de renda, sem origem provada e sem justificativas às autoridades brasileiras sobre o porquê da remessa ao exterior. Ou seja, valores suspeitos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Tem muitos brasileiros envolvidos. Muitas pessoas importantes que, caso queiram manter o valor desbloqueado, terão de se apresentar à justiça brasileira e provar a origem do valor, a legalidade do dinheiro. Essas pessoas terão que explicar o porquê das contas no exterior. Na minha avaliação, são pessoas da mesma linha que Dantas.

Quem são?
Tenho que manter sigilo, mas garanto que não tem nenhum trabalhador honesto que sai de casa cedo pela manhã e sabe o quanto paga num pãozinho.





Quinta, 29 de janeiro de 2009, 14h02 Atualizada às 16h17



Protógenes: HDs na CIA fragilizam investigação

Marcela Rocha
Especial para Terra Magazine

Na segunda parte da entrevista a Terra Magazine (confira aqui a primeira), o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz fala sobre o envio dos HDs de Daniel Dantas à Agência Central de Inteligência norte-americana, a CIA.

Para Queiroz, a entrega dos discos rígidos dos computadores apreendidos na Operação Satiagraha "fragiliza muito as investigações". Explica:

- Um dos principais bancos dos EUA, o City Group, participou dessa fraude no Brasil. Mas acredito que não tiveram outra saída (enviar as provas à CIA), haja vista que o sistema brasileiro de inteligência foi desmontado de maneira insana e irresponsável.

Veja também:
» Dantas já desviou quase US$ 16 bi, diz Protógenes
» Opine aqui sobre a operação Satiagraha da Polícia Federal
» Satiagraha: governo bloqueia US$ 2 bi enviados ao exterior
» De Grandis: Bloqueio derruba tese de Dantas

A justiça brasileira pediu ajuda aos Estados Unidos para descriptografar discos rígidos apreendidos. Com essa medida, diz Protógenes, "tentam retardar o processo investigativo, e ele requer velocidade". Questiona:

- Será que nós, no Brasil, somos incapazes mesmo?

O delegado critica o andamento de dois inquéritos abertos. Um em Brasília, sobre a legitimidade das interceptações telef�?nicas feitas durante a operação Satiagraha. O outro em São Paulo, sobre vazamento de informação sigilosa da operação.

- Até agora o único andamento foi a busca e apreensão que eu e meus familiares sofremos. (...) Mas quero ressaltar que ainda não apareceu nenhuma confirmação de grampo.

Protógenes Queiroz conta que a investigação sobre sua atuação na Satiagraha foi iniciada pela PF e segue "num ritmo bem acelerado, disponibilizando recursos e material humano. Porém, até agora, não fui ouvido, chamado para depor", diz. "Pedi várias vezes para ser ouvido", revela.

Para o delegado, o recente vazamento de relatórios oficiais da operação precisa ser investigado. "Existe um documento oficial e alguém entregou. Então, quem elaborou os relatórios, o mesmo que investiga, é o primeiro suspeito".

Adianta que, "caso não tenham sido instauradas investigações sobre esses três vazamentos", irá representar, "junto ao MP, a requisição da instauração de inquérito policial".

Protógenes está afastado de suas atividades por licença médica. Dia 15 de janeiro houve uma explosão no painel de seu carro que esguichou água fervente e ácida sobre seu corpo. Ele acredita ter sido vítima de um atentado por sofrer vigilâncias, pressões e ameaças durante e depois da operação Satiagraha.

O delegado revela que, quando retomar suas atividades, passará a atuar na coordenação de segurança responsável por sem-terra, índios e segurança de dignitários, ministros e presidente da República - a Coordenação Geral de Defesa Institucional (CGDI). "Fiz um concurso para delegado federal, onde não se pode escolher com o que trabalhar".

Enquanto se recupera do que considera ter sido um atentado, aproveita o tempo livre para retomar algumas práticas do dia-a-dia. Terra Magazine pergunta:



- O que está fazendo agora?



- Lendo.

- O quê?

- A corporação, Caso Telecom Itália e Gomorra que conta a história da máfia italiana Camorra.

Confira a entrevista:

Terra Magazine - A Polícia Federal não tinha condições de abrir os discos rígidos aqui, no Brasil? Era necessário mandá-los para CIA nos Estados Unidos?
Protógenes Queiroz - Eu entendo que, ao enviar os discos rígidos para a CIA, antecipam-se informações às autoridades estrangeiras. Isto pode trazer graves conseq�?ências à investigação. Haveria necessidade de pedir apoio? Sim, mas nesse momento as autoridades brasileiras deveriam enviar técnicos daqui para acompanhar o trabalho que está sendo realizado nos EUA. Até porque um dos principais bancos dos EUA, o City Group, participou dessa fraude no Brasil. Assim, fragilizam muito as investigações. Mas acredito que não tiveram outra saída, haja vista que o sistema brasileiro de inteligência foi desmontado de maneira insana e irresponsável. Desmontou-se todo o sistema de inteligência do departamento de PF, o qual poderia estar trabalhando para descriptografar esses discos rígidos . Eu mesmo, ao longo da operação, consegui obter algumas informações assim. Por que pedir auxílio e dizer que, no Brasil, não há como fazer isso? Na minha avaliação isso tudo é conseq�?ência do mesmo processo que vivi lá. Tentam retardar o processo investigativo, e ele requer velocidade. Tenho a certeza de que os colegas estão dando o melhor de si para acelerar a operação, mas o establishment imp�?s a ordem de desmontar uma estrutura (tecnológica e de recursos humanos) que poderia ser útil ao País, caso lhes dessem condições. Será que nós, no Brasil, somos incapazes mesmo? Não existe tecnologia capaz disto aqui? Acredito que existe sim, veja os centros de tecnologia da USP, UFRJ, UnB. Mas o Estado não disponibiliza o aparato necessário à PF. Sem saída, tiveram que recorrer.

Como está o andamento do inquérito sobre vazamentos? Aquele que entrou com uma representação para investigar a sua saída e a cúpula da PF.
Até agora o único andamento foi a busca e apreensão que eu e meus familiares sofremos.

Refiro-me à representação para investigar a cúpula da PF...
Entrei com a representação para abrir uma investigação logo depois da deflagração da operação. Está em andamento e corre em segredo de justiça. Acredito que os colegas da procuradoria logo darão uma resposta. A investigação que a PF iniciou contra mim seguiu num ritmo bem acelerado, disponibilizando recursos e material humano. Porém, até agora, não fui ouvido, chamado para depor. Pedi várias vezes para ser ouvido e me respondem que o serei no momento oportuno. O que é interessante é que já houve três vazamentos dessa investigação contra mim e cadê a providência que a PF tem que tomar em relação a vazamentos? Eu quero saber das providências. Foram três vazamentos seguidos, quero saber das três novas investigações distintas, pois são fatos distintos. Se foram instauradas e estão em sigilo, ok. Mas por que, quando instauraram uma contra mim, deram notícia, publicidade? Por que nesses vazamentos da investigação contra mim não deram publicidade nenhuma, caso haja investigações sobre? Então, estou coletando informações com os meus advogados para que, caso não tenham sido instauradas investigações sobre esses três vazamentos, vou representar, junto ao MP, a requisição da instauração de inquérito policial. E é evidente que não fui eu nem ninguém da minha equipe que vazou.

Por quê?
Porque estão estampando documentos O-FI-CI-AIS da operação em jornais. O jornal O Estado de S. Paulo publicou um documento oficial da Polícia Federal. Cadê o documento oficial vazado da Operação Satiagraha? Não existe. Estão me acusando de vazamento? Então cadê os documentos oficiais publicados na imprensa? A única coisa que a imprensa publicou foi o vazamento dentro da PF em abril e não apuram nada. Instauraram inquérito contra mim dizendo que houve vazamento no dia da execução da operação. Vazou algum relatório da PF enquanto eu estava coordenando a operação? Algum órgão de imprensa publicou algum relatório de inteligência? Não. E a estrutura do Estado funcionou para se voltar contra mim. E não funciona para investigar três vazamentos sucessivos de dados oficiais da operação Satiagraha. São dados de backup da operação. Tem que existir backup, mas hoje estão sendo divulgados pela imprensa. Quem va zou? Eu não fui. Eu não produzi aqueles relatórios que a imprensa está publicando. Quem produz é quem investiga atualmente. Ou seja, as pessoas que estão ME investigando atualmente são as que precisam prestar contas sobre os vazamentos.

Na nossa outra conversa, quando falava em vazamentos, se referia à "cúpula". Quem é a cúpula? Sabemos que acima do senhor tinha, na área de Inteligência, o Sr. Daniel Lorenz, diretor de Inteligência, e seu diretor, e o Sr. Luis Fernando, diretor geral. É a eles que se refere?
Sim, eles são os meus superiores hierárquicos. Mas não serei leviano de apontar ninguém, porque até então os indícios não são ainda sólidos o suficiente para dizer que Fulano ou Sicrano vazou para o jornalista ou jornal. É como o vazamento da investigação sobre o vazamento. Existe um documento oficial e alguém entregou. Então, quem elaborou os relatórios, o mesmo que investiga, é o primeiro suspeito. Não posso apontar, mas já encaminhei dados suficientes ao Ministério Público Federal para que julguem quem é mesmo o responsável pelos vazamentos.

Com o avanço das investigações da PF em Brasília (sobre o suposto grampo no STF) e da PF em São Paulo (sobre o vazamento), não há confirmação (inclusive analisando seus computadores) de um grampo contra Gilmar Mendes. Como o senhor acha que isso vai se desenrolar?
O inquérito do grampo sobre o ministro Gilmar Mendes encerra agora em fevereiro, pelo que tenho acompanhado, via imprensa. Vamos aguardar. Mas quero ressaltar que ainda não apareceu nenhuma confirmação de grampo.

Até quando vai ficar afastado? Voltará a trabalhar na mesma área?
Estou de licença médica. Mas acredito que só até fevereiro. Em março retorno às atividades na PF. Fui informado por telefone pelo Dr. Fontel, diretor executivo, que eu estaria lotado, no início, na coordenação de defesa institucional, na CGDI. É a coordenação responsável por sem-terra, índios e segurança de dignitários, ministros e presidente da república. Mas ele disse que é uma lotação inicial, pode um dia haver uma alteração. Nada é definitivo. Eu só não poderia ficar sem uma lotação para ficar.

Para um delegado com 10 anos de trabalho no combate à corrupção, é confortável mudar de área de atuação?
Eu sou delegado de PF. Trabalho em qualquer setor. Mas a minha especialização em 10 anos de PF é voltada para a área de inteligência, terrorismo e crimes financeiros. O setor para o qual serei encaminhado requer outras especializações, e eu não tenho nenhum curso nessa área.

Acredita que isto é para te afastar das investigações?
É, não foi afirmado isso. Mas me disseram que foi o primeiro lugar que encontraram para me colocar. Fiz um concurso para delegado federal, onde não se pode escolher com o que trabalhar.

O que está fazendo agora?
Lendo.

O quê?
A corporação, Caso Telecom Itália e Gomorra que conta a história da máfia italiana Camorra.

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