terça-feira, 14 de abril de 2009

UBS usou projetos sociais para ajudar evasão fiscal, diz jornal

Banco incentivava milionários, que quisessem manter suas contas não declaradas, a doar parte de recursos
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo

GENEBRA - O UBS teria usado projetos sociais para ajudar milionários de todo o mundo a praticar evasão fiscal. Nesta terça-feira, 14, o jornal suíço Le Temps revelou que o banco incentivava clientes milionários, que quisessem manter suas contas não declaradas, a dar parte de seus recursos a projetos sociais espalhados pelo mundo como forma de contornar as autoridades fiscais. No Brasil, o UBS apoia três projetos sociais: a melhoria de escolas na Bahia, pesquisas contra a doença de Chagas e ainda assistência a crianças prematuras no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal Le Temps, de Genebra, o UBS criou em 1999 a fundação Optimus, que gerenciava uma fortuna de mais de US$ 30 milhões em 2007 para aplicar em projetos sociais. Além disso, contava com recursos de mais de US$ 50 milhões depositados por doadores em um fundo de investimento em Luxemburgo, outro paraíso fiscal. Os dividendos e juros gerados pelo fundo eram destinados aos programas sociais do UBS.

A Optimus, portanto, conseguiu financiar mais de 70 projetos pelo mundo. O futuro da fundação ainda será alvo de um debate, hoje, na assembleia geral da UBS. Uma parte dos fundos que chegava à Optimus viria diretamente de clientes tentando evadir seus fiscos. Segundo o Le Temps, os gerentes do UBS estavam sendo pressionados desde 2001 a vender a ideia de investir na Optimus a seus clientes com remessas não declaradas.

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