quarta-feira, 1 de abril de 2009

Justiça confisca US$ 10,8 milhões em bens de Madoff por fraude bilionária

01/04/2009 - 21h37

da Folha Online

Várias autoridades da polícia judicial americana (US Marshals) apreenderam bens e uma propriedade do investidor e ex-presidente da Bolsa Nasdaq Bernard Madoff, acusado de montar um esquema fraudulento que causou um prejuízo de mais de US$ 50 bilhões a milhares de investidores, na maior fraude na história de Wall Street.

Um levantamento realizado pela agência de notícias Associated Press mostra que o valor das apreensões pode chegar a cerca de US$ 10,8 milhões. "Isso não é uma piada de 1º de Abril", afirmou Barry Golden, porta-voz da polícia judicial após as ações.

Hans Deryk /Reuters

Estimado em US$ 1,5 milhão, iate de Madoff estava em marina perto de Miami (EUA)
Um dos bens confiscados é um iate de luxo avaliado em mais de US$ 1,5 milhão que estava ancorado em uma marina de Davie, ao norte de Miami, no Estado da Flórida. Em Palm Beach, no mesmo Estado, os federais fecharam uma mansão de cerca de 2,66 mil metros quadrados avaliada em US$ 9,3 milhões.

A casa, que estava em nome da esposa de Madoff, Ruth, teve fechaduras de portas e janelas trocadas. Segundo a US Marshals, a casa estava vazia no momento da chegada da polícia.

Golden afirmou que passou cerca de três horas filmando e fotografando o interior do local para futura avaliação dos itens guardados lá. "Nada do que foi apreendido pela polícia continua sendo de propriedade de Madoff", afirmou o porta-voz. "Agora é dever do Estado 'monitorar e manter' os bens."

Madoff, 70, é protagonista de uma das maiores fraudes já descobertas e espera na prisão receber uma sentença, em junho, após se declarar culpado de 11 acusações relacionadas a uma fraude multimilionária que afetou milhares de investidores.

Filhos do réu

Louis Lanzano/AP

Madoff declarou à Justiça que é responsável por fraude que causou prejuízo de US$ 50 bi
Nesta quarta-feira, o juiz Arthur Hiller, do Estado de Connecticut (nordeste dos Estados Unidos), ordenou o congelamento dos ativos dos filhos de Madoff para evitar que eles vendam as propriedades que têm numa localidade desse Estado.

O site do jornal 'Connecticut Post' informou que a cidade de Fairfield e seu Comitê Previdenciário recorreram à Suprema Corte de Bridgeport para tentar minimizar o prejuízo bilionário que Madoff e sua família causaram ao enganar vários habitantes do lugar.

Aparentemente, o Comitê Previdenciário de Fairfield investiu US$ 22 milhões nos negócios de Madoff por meio de vários grupos de investimento. Tempos depois, o grupo foi informado que a soma aplicada havia rendido até atingir US$ 42 milhões.

Além de Andrew e Mark Madoff, terão seus bens congelados Walter Noel, fundador da Fairfield Greenwich Group, e o genro deste último e diretor do grupo, Andrés Piedrahíta, assim como outros três gerentes de fundos.

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