domingo, 13 de julho de 2008

CACCIOLA E O BANCO MARKA

ENTENDA O CASO

O banco Marka estava muito alavancado, operando com 20 vezes o seu patrimônio líquido.
É normal um banco está alavancado, porque em princípio não se espera que todos os depositantes de um banco resolvam retirar todo o dinheiro ao mesmo tempo. Porém, um banquinho do porte do Marka e altamente alavancado, só se estivesse bastante confiante em insider information.
O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar. O BC socorreu o Banco Marka e o Fonte Cidan, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, a 1,22, quando a cotação do dia era de 1,32, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma "crise sistêmica" no mercado financeiro.
A tese da crise sistêmica alegada pelo BC é frágil, considerando o pequeno porte das duas Instituições Financeiras.
Bom para o Cacciola que embolsou cerca de um bilhão e pagou aos depositantes apenas uma pequena parte desse valor.
Após ser liberado pelo STF, fugiu para a Itália, onde tem cidadania, e vivia passeando numa moto muito bonita e trocando de namoradas, especialmente modelos. E foi justamente com uma namorada que ele foi passear em Mônaco, onde já na chegada, na imigração, quando apresentou o passaporte, o funcionário checou no computador e viu que o Cacciola estava sendo procurado pela Interpol. Foi preso, mas a cadeia parece mais um Hotel 5 estrelas.
Tentou junto ao Príncipe de Mônaco desconstituir o ato da prisão, mas não conseguiu, tentou a ONU alegando as prisões degradantes do Brasil, mas, ao que tudo indica virá mesmo para o Brasil, extraditado.



04/07/2008 - 15h51
Tarso diz que Cacciola será extraditado de Mônaco para o Brasil na próxima semana
Publicidade

RENATA GIRALDIda Folha Online, em Brasília
O ministro Tarso Genro (Justiça) disse que até o fim da próxima semana o ex-banqueiro Salvatore Cacciola deve ser extraditado de Mônaco para o Brasil. Tarso e o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., dão como certa apresentação de Cacciola à Justiça Federal no Rio de Janeiro em no máximo 15 dias.
O ministro e o secretário descartaram a possibilidade de um recurso da defesa do ex-banqueiro para impedir a extradição.
Tarso recebeu na manhã desta sexta-feira a confirmação de que o príncipe Albert 2º, chefe do Poder Executivo de Mônaco, concordou com a extradição de Cacciola.
"[A extradição] É uma questão de responsabilidade pública. Isso representa três pontos: o prestígio que nossa Corte tem nos outros países, a questão da punidade e ainda um alento à sociedade", disse Tarso.
Segundo o ministro, o tratamento dispensado ao caso de Cacciola não foi diferenciado por ele ser ex-banqueiro mas por ser "um réu condenado". De acordo com Tarso, o governo brasileiro teria o mesmo procedimento se fosse outra pessoa.
Tuma Jr. afirmou que os detalhes da extradição de Cacciola estão preservados para impedir eventuais dificuldades. Segundo o secretário, além dos governos do Brasil, da França e de Mônaco, estão envolvidos no processo de extradição policiais federais e homens da Interpol.
O secretário disse também que o governo examina qual é a melhor alternativa para transportá-l de volta ao Brasil.
Caso
O banco Marka quebrou com a desvalorização cambial de 1999. Mas contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar.
O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.
O BC socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma "crise sistêmica" no mercado financeiro.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão.
O então presidente do BC, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois recorreram e respondem ao processo em liberdade.
Em 18 de setembro do ano passado, a juíza federal Simone Schreiber, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou a prisão preventiva do ex-banqueiro. Na sentença, concedida a pedido do Ministério Público Federal, a juíza determina não só a expedição do mandado de prisão contra Cacciola, como manda informar o Ministério da Justiça do interesse na extradição do ex-banqueiro para o Brasil.

ENTENDA O CASO

O banco Marka estava muito alavancado, operando com 20 vezes o seu patrimônio líquido.
É normal um banco está alavancado, porque em princípio não se espera que todos os depositantes de um banco resolvam retirar todo o dinheiro ao mesmo tempo. Porém, um banquinho do porte do Marka e altamente alavancado, só se estivesse bastante confiante em insider information.
O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.
O BC socorreu o Banco Marka e o Fonte Cidan, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, a 1,22, quando a cotação do dia era de 1,22, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma "crise sistêmica" no mercado financeiro.
A tese da crise sistêmica alegada pelo BC é frágil, considerando o pequeno porte das duas Instituições Financeiras.
Bom para o Cacciola que embolsou cerca de um bilhão e pagou aos depositantes apenas uma pequena parte desse valor.
Após ser liberado pelo STF, fugiu para a Itália, onde tem cidadania, e vivia passeando numa moto muito bonita e trocando de namoradas, especialmente modelos. E foi justamente com uma namorada que ele foi passear em Mônaco, onde já na chegada, na imigração, quando apresentou o passaporte, o funcionário checou no computador e viu que o Cacciola estava sendo procurado pela Interpol. Foi preso, mas a cadeia parece mais um Hotel 5 estrelas.
Tentou junto ao Príncipe de Mônaco desconstituir o ato da prisão, mas não conseguiu, tentou a ONU alegando as prisões degradantes do Brasil, mas, ao que tudo indica virá mesmo para o Brasil, extraditado.

Nenhum comentário: